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Higya Alessandra Merlin

Fofocas no trabalho


Fofocas no trabalho são corriqueiras, até um hábito e parte da cultura de certas organizações. Uma pena! A fofoca mata o profissionalismo, ceifa talentos e incentiva o que há de pior no ambiente organizacional.

Mais uma vez aparece latente a comunicação organizacional, que deve ser pautada em fatos e voltada aos objetivos a serem alcançados. Não importam as preferências de cada pessoa, mas sim as suas competências e os resultados que apresentam. Outro ponto: para a deficiência em técnicas e comportamentos, existe o feedback. Falar pelas costas, denegrir ou alimentar boatos são atitudes de pessoas não desenvolvidas e inseguras.

E o líder nisso tudo? Duas situações são inadmissíveis a um líder: fazer fofoca e receber fofoca. É deplorável ver chefes falando mal de colaboradores, emitindo opiniões sobre preferências pessoais desse ou daquele, ou tomando decisões com base em "pessoalidades". É igualmente condenável receber a fofoca e levá-la em consideração em decisões organizacionais.

A fofoca morre quando chega aos ouvidos de um líder de verdade. Líder não age com base em achismos, líder age com base em dados, resultados e competências desempenhadas pelo colaborador. Líder dá feedback constante, faz gestão de conflitos e coloca como foco de atuação os objetivos da organização.

Ninguém é obrigado a gostar de outrem, mas, no ambiente organizacional, o respeito deve vir em primeiro lugar. Profissionalismo acima de tudo. Falar mal dos outros, dos colegas, do chefe, denegrir a imagem, falar pelas costas, julgar o que foi feito ou não… Tudo isso é atalho para a infelicidade pessoal.

Tem uma máxima da qual todos nós deveríamos nos lembrar antes de falar de alguém: quando “A” fala de “B”, sabe-se muito mais de “A" do que de “B”.

O fofoqueiro pode achar que está arrasando, mas, na verdade, está trabalhando contra si próprio. Líder que não bloqueia a fofoca cai naquela de “empurrar a sujeira para debaixo do tapete”, e isso acaba na construção de um conflito.

Pessoas precisam de informação! A falta de comunicação assertiva pode ser um estímulo à fofoca organizacional. Quando não sabem o que está acontecendo, as pessoas começam a imaginar e a supor os mais variados cenários. E isso se prolifera no corredor, na hora do lanche, do cafezinho. Aliás, esses encontros devem ser produtivos, pois são momentos propícios para inspirações ou para arejar a mente e voltar às atividades com mais disposição. Não deveriam ser momentos destinados à fofoca.

Quem constrói esse clima bom? O líder imediato!

Mas, e se a fofoca começa na alta cúpula? Se isso ocorre, é sinal de que a organização tem esses atributos de valor e isso está na veia da sua cultura organizacional. Note que, por vezes, no plano estratégico oficial, os valores podem ser bem diferentes dos que realmente são praticados. Mas, se a fofoca faz parte da cultura da organização, o líder imediato deve, pelo menos, atuar no seu ambiente, no seu setor, buscando um clima melhor para as pessoas com quem passa a maior parte do tempo.

Outra reflexão oportuna para fazer a si mesmo: meus valores combinam com os valores praticados pela organização? Posso promover alguma mudança? Estou disposto(a) a conviver com isso? O que vou fazer com essa situação?

Por experiência própria e de vários relatos de pessoas que já atendi em consultoria, bloquear a fofoca traz resultados incríveis, a começar pela paz pessoal.

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